"O MENINO É O PAI DO HOMEM"
Me chamou a atenção a matéria da escritora Lya Luft, ponto de vista, revista Veja edição n.º 1970, de 23/08/2006, cujo título é o mesmo desta matéria. A frase original é atribuída ao poeta inglês Wordsworth, e já serviu para uma crônica de Machado de Assis, sendo "roubada" para entitular a matéria da revista, conforme definiu e escritora, e agora novamente "roubada" para dar o título a esta matéria, em virtude do seu alcance e profundidade.
Segundo a escritora Lya Luft, "nascemos da criança nascida de nossa mãe. Nossa primeira raiz, a mais funda, vem do garoto alegre correndo com seus amigos ou maltratado em casa; da menina que se sentia amada ou brutalizada, quem sabe ridicularizada. (...) Vamos desabroçar melhor com o adubo do afeto, do bom humor e do respeito e definhar no veneno da excessiva exigência, ou da aridez. (...) Continuamos filhos das crianças que fomos".
Dessa forma, se depreende que a infância é o alicerce e a base de construção do "homem"; o homem de amanhã depende da criança que ele foi ontem, com todas as suas experiências, fantasmas e glórias. Tal fato nos dá uma dimensão exata da importância que o Centro Juvenil e seus diretores representam para a sociedade Poxoreense, na medida em que oferece um ambiente saudável e fértil para que as crianças, jovens e adolescentes tenham a base estrutural da sua formação.
Meses atrás assistimos ao programa terceiro mundo, Rede Record, quando o entrevistado era o Dr. José Antônio Borges, Promotor da Infância e Juventude em Cuiábá, e quando questionado sobre a prostituição infantil em Mato Grosso, a cidade que ele citou como referência foi Poxoréu. Isso é fato e é uma realidade da qual não podemos fugir.
Desde que o Centro Juvenil começou a passar por difuldades, acentuadas pela saída do Mestre Armando Catrana, os problemas sociais envolvendo as crianças e adolescentes de Poxoréu se multiplicaram.
Assistimos a luta e a batalha diária e incessante dos italianos que estão em Poxoréu, dos missionários salesianos, da Lúcia e do Josuelino no Centro Juvenil para reverter todo esse quadro e poder oferecer para as nossas crianças condições saudáveis e integrais de desenvolvimento. Entretanto, isso requer apoio material e logístico, para isso, não basta ter força de vontade, é necessário ter dinheiro, investimento.
Mesmo com dificuldades, e em parceria com alguns programas do governo, o Centro Juvenil ainda oferece várias atividades religiosas, recreativas, desportivas e culturais, atendendo em média 800 crianças, adolescentes e jovens entre 06 a 25 anos.
Por tudo o que fez, faz e continuará fazendo, é que o trabalho dessas pessoas que se dedicam ao Centro Juvenil merece o nosso respeito e apoio. Não podemos nos manter inertes e assistir as nossas crianças e adolescentes serem privadas de uma infância sadia, pois isso implicaria em uma privação futura ainda maior: a de serem homens e mulheres sem traumas.
Conforme ensinamentos ministrados no curso de Pedagogia, apreendemos que a criança é uma tábula rasa, modelada de acordo com as experiências e influências do meio externo em que convive.
Assim, não podemos assistir a tudo isso e nos render a inatividade e omissão. Um bom começo (e o momento é ideal), seria cobrarmos dos nossos candidatos, pessoas às quais outorgaremos o direito de nos representar através do voto, projetos concretos e com resultados para a área social, notadamente voltado às crianças e adolescentes, pois eles ainda não tem o direito de votar, dependem das nossas escolhas.
Por isso é e tudo mais é que o Centro Juvenil precisa da sua ajuda.
Cila
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