COMISSÃO INDEPENDENTE DE APOIO AO CENTRO JUVENIL

Este espaço foi criado para divulgarmos as necessidades e dificuldades do nosso Centro Juvenil, bem como as conquistas já alcançadas nesse importante projeto de reestruturação. Também,relembrarmos, através de imagens e relatos de momentos inesquecíveis vividos neste importante local para as crianças, jovens e adolescentes de Poxoréu-MT.

09 agosto 2006

RELEMBRANDO OS VELHOS TEMPOS.

Por: Garibaldi Júnior
Lendo o que foi escrito a respeito dos bons tempos do centro juvenil e da garra dos atletas poxoreenses daquele tempo, gostaria de compartilhar a saudade que sinto desta época de adolescência e vida estudantil, onde a vontade de participar dos jogos era tanta, que como foi colocado, não nos importávamos de subir à pé e no sol quente até ao antigo centro esportivo para participarmos dos treinamentos, ou de servirmos de “orelha seca”, dos pedreiros que comandavam as obras da quadra do Centro Juvenil. A participação nos jogos para nós, naquela época, tinha o mesmo status e reconhecimento, da participação de um atleta nos jogos pan-americanos de hoje, guardadas as seguintes proporções, obviamente.
Tenho certeza de que se tivéssemos um pouco de apoio financeiro, material e estrutura, teríamos revelado grandes atletas de reconhecimento nacional, dos quais gostaria de citar alguns, que se destacaram também em outras modalidades, além dos que você muito bem descreveu no seu relato.
Tínhamos no handebol, sob o comando do prof. Ademar Mafra, o Zé Orlando (goleiro), o Zé Ronaldo (que depois foi pro vôlei) e o Wellington (Gão), que também chegaram a ser convidados a treinar na seleção mato-grossense.
No atletismo, tínhamos o Zé Cupertino, um garoto lá do papagaio, que fazia arremessos de peso, a distâncias surpreendentes e sempre foi medalhista nos jogos que disputou. A Rosilene (irmã da prof. Ronilda), que disputava as provas de corridas, com os pés descalços e sempre estava entre as primeiras colocadas. O Rogério, que alternava sua participação na equipe de vôlei, com os saltos (distância e altura), que realizava também nas provas de atletismo.
No vôlei, vale lembrar do Márcio Japonês (filho do gerente do banco, se não me engano), que fazia excelentes defesas nos jogos que disputava.
Aproveito também, para exaltar o trabalho do prof. Neuvany Veriano, que apesar das dificuldades, sempre se dedicou a esses e a tantos outros atletas, de maneira bastante profissional, dando a sua contribuição, se não para a formação de um atleta profissional, mas sim para de um cidadão(ã) de bem.
Gostaria de relembrar aqueles jogos em Diamantino, no ano de 85, em que saímos de Poxoréo em um ônibus da São Cristóvão, com mais ou menos uns 50 atletas, quando o veículo só tinha lugar para 40, e tivemos que nos revesar durante a viagem, feita pela estrada de chão, que passa por D. Aquino, lembra? Chegamos em Diamantino durante a madrugada e não sabíamos direito onde ficaríamos alojados, foi então que paramos em um colégio no centro da cidade, que já estava ocupado pelas delegações de Cáceres, Poconé e outras. Estávamos todos cansados e alguns decidiram dormir ali mesmo no chão, até que amanhecesse. O ponto cômico da história, é que o colégio ficava ao lado do cemitério, e a pretexto de conhecer a cidade, um grupo que não estava com sono, resolveu sair para dar uma volta, o Ronildo (irmão do Ronaldo), era na época muito alto e magro, e resolveu nos acompanhar, enrolado em um cobertor “seca poço”, devido o frio da madrugada. Um grupo de rapazes da cidade, que provavelmente retornavam de alguma festa, ao se depararem com aquela figura esquelética enrolada em um cobertor, nas imediações do cemitério, saíram em desabalada carreira, todos gritando de medo. Para completar, o Élson do Chibiu, acordou, deitado no chão do colégio, tendo em sua cabeça, uma coroa de defuntos.
Ao amanhecer, ficamos sabendo que ficaríamos em uma escola no bairro de Novo Diamantino, que apesar de nova, ficava muito longe do ginásio, o que nos obrigava a ir para o ginásio em uma “circular” que passava de hora em hora.
No ano de 85, foi inaugurado o Ginásio de Esportes de Diamantino, um dos maiores da região, com o Jogo de Handebol entre Diamantino e Poxoréo, onde saímos vencedores por 14X13, se não me engano.
Terminados os jogos, já estávamos todos dentro do ônibus para retornar para Poxoréu, quando o técnico do time de Cuiabá, solicitou que as nossas bagagens fossem todas revistadas, pois tinha sumido um uniforme inteiro deles, naquela época, patrocinado pela Sadia. Porém o Neuvany, que foi sempre muito respeitado entre os treinadores que participavam de jogos, disse que não permitiria a revista. Após breve discussão, o nosso ônibus seguiu viagem sem ser revistado.
Em outra oportunidade, escreverei relembrando outras histórias, vividas por nós, atletas de Poxoréu e do Centro Juvenil.